Regulamentação mais rigorosa, maior transparência e uma firme fiscalização são tópicos que estarão no centro das questões a serem discutidas pelo G20 (grupo dos países mais ricos e de alguns emergentes, entre eles o Brasil) no dia 2 de abril, em Londres. O G20 iniciou debates em novembro a fim de encontrar soluções para a crise e o que se espera é que na próxima reunião já defina algumas orientações.
Fontes do mercado financeiro brasileiro informam que uma das diretrizes que poderá recomendar é a utilização do sistema espanhol de provisões anticíclicas contra crédito de liquidação duvidosa que, inclusive, já estaria em teste informal no setor bancário do País, em atenção a um pedido, também informal, do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles.
O modelo tem sido elogiado pelos grupos de discussão do G20 e um dos seus maiores entusiastas é o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown. Ele consiste em elevar as reservas contra o calote em momentos de aquecimento da demanda por crédito, assumindo que no futuro o crescimento se reverterá e um cenário mais adverso que poderá gerar maiores perdas com inadimplência, diz Luis Miguel Santacreu, economista da Austin Rating.
Na prática, toda vez que as contratações de financiamentos ultrapassam uma determinada média - o que implica mais riscos futuros - o BC espanhol aciona o modelo, o que reduz o apetite dos bancos por aumentar ativos de crédito e protege o sistema dos ciclos econômicos.
Segundo as fontes, Meirelles estaria convencido de que o modelo tem enorme chance de virar referência para o sistema financeiro mundial. Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban, diz que a informação de uma eventual orientação de Meirelles não chegou à entidade e que o aumento das provisões dos bancos brasileiros no último trimestre do ano passado foi uma estratégia preventiva. (págs. 1 e B1)
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