domingo, 6 de dezembro de 2009

O efeito tequila tucano (Emir Sader)

Em primeiro lugar, em continuidade com a política do governo FHC, o Brasil teria aprovado a ALCA – a Área de Livre Comércio para as Américas. O Brasil estaria submetido ao livre comércio, ao contrário dos processos de integração regional. O Mercosul teria terminado, não existiriam o Banco do Sul, a Unasul, o Conselho Sulamericano de Defesa.

As conseqüências atuais podem ser constatadas na forma como um país que assinou um Tratado de Livre Comércio com os EUA e o Canadá, como o México, e outro, de tamanho proporcional, como o Brasil, que teve papel destacado na inviabilização da ALCA e optou pelos processos de integração regional. O presidente do México, Felipe Calderón, tinha convidado a Lula para que os dois países fossem juntos ao FMI. Lula respondeu que nosso país não precisa mais disso e, ao contrário, terminou fazendo empréstimos ao FMI.

Ao assinar um TLC com os EUA, o México passou a ter mais de 90% do seu comércio exterior com esse país – nem sequer tem importância o comércio com o Canadá. O país não teve efeitos positivos, ao contrário, retrocedeu, sob os efeitos da livre circulação dos capitais norteamericanos no país. Pioraram os índices sociais, aumentou a imigração para os EUA.

Mas o pior viria depois, com a crise: pode-se imaginar o tamanho da recessão em que se envolveu o México – menos 7% do PIB, menos 16% da produção industrial neste ano – e os seus efeitos prolongados sobre uma economia que se tornou absolutamente dependente do vizinho do norte – onde se originou a crise e onde ela se revela de forma mais acentuada e prolongada.

Enquanto isso, o Brasil, assim como os países que privilegiaram a integração regional, saiu rapidamente da crise e voltou a crescer, além de, pela primeira vez, impedir que os pobres pagassem o preço da crise, ao manter as políticas sociais, seguir elevando o poder aquisitivo dos salários e os empregos formais.

Além disso, se diversificou o comércio internacional do Brasil – a China é o nosso primeiro parceiro comercial, não mais os EUA -, fazendo com que, pela primeira vez, se supere uma crise internacional sem depender da recuperação da economia norteamericana, da européia ou da japonesa, que seguem em recessão. Se intensificou também muito o comércio interrregional, entre o Brasil, a Argentina, a Venezuela, a Bolívia e os outros países dos processos de integração regional.

O terceiro eixo que favoreceu a recuperação da crise é a expansão do mercado interno de consumo popular, que não deixou se crescer durante a crise.

Nenhum desses três fatores – diversificação do comércio internacional, intensificação do comercio regional e expansão do mercado interno – estaria presente se os tucanos – FHC, Serra, Alckmin – continuassem governando. O quadro mexicano é a cara triste e angustiante que teria o Brasil, se os tucanos estivessem governando o país.

Esse é o tema que estará em jogo nas eleições do ano próximo. Por isso Aecio Neves diz que “será um candidato pós-Lula e não anti-Lula”, que “não nos convêm (aos tucanos) comparar números e Serra pretende ter um perfil próprio, querendo desvincular-se do governo de que foi ministro durante oito anos. Mas o caráter plebiscitário das eleições é inevitável, um plebiscito entre dois Brasis, o de FHC e Serra contra o de Lula e de Dilma.

Postado por Emir Sader às 13:16

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Países da Alba não reconhecem eleições "ilegais" em Honduras

Estoril (Portugal), 1 dez (EFE).- Os países-membros da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) afirmaram hoje, em uma nota divulgada no balneário português de Estoril, que não reconhecem as eleições "ilegais e ilegítimas" de domingo em Honduras.

Além disso, advertem à comunidade internacional que reconhecer este pleito "representa um nefasto precedente que colocaria em risco a estabilidade e a existência das democracias" na região, acrescenta o comunicado divulgado pela delegação venezuelana na 19ª Cúpula Ibero-Americana.

Os países da Alba apoiam os esforços do Governo do presidente deposto Manuel Zelaya diante das instâncias jurisdicionais internacionais para levar "à justiça os autores intelectuais e materiais do golpe de Estado e os responsáveis pelas violações aos direitos humanos e às perseguições políticas em Honduras".

Apóiam também a solicitação apresentada diante da ONU para a "formação de um Tribunal Internacional para julgar esse tipo de crimes".

Além disso, reiteram o conteúdo da "Declaração Especial sobre Honduras" realizada em Cochabamba, em 19 de outubro.

O bloco da Alba é formado pelo Equador, Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Honduras, Dominica, São Vicente e Granadinas, e Antígua e Barbuda.

Fontes venezuelanas disseram hoje à Agência Efe que os chanceleres da Alba realizaram ontem à noite uma reunião em Estoril, onde estão reunidos desde o domingo os chefes de Estado de Ibero-Americana, e à qual não participam vários líderes do bloco.

Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales, Nicarágua, Daniel Ortega e Cuba, Raúl Castro, não foram à cúpula.

O equatoriano, Rafael Correa, que foi o primeiro a chegar à reunião foi também o primeiro a ir embora.

Os países ibero-americanos tentam na cúpula de Estoril chegar a um consenso das posições sobre o reconhecimento das eleições em Honduras, objetivo difícil de alcançar, segundo diversas fontes consultas.

domingo, 29 de novembro de 2009

Lula vai à Cúpula Ibero-Americana e visita Ucrânia e Alemanha

Rio de Janeiro, 29 nov (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou hoje rumo à cidade portuguesa de Estoril para participar da 19ª Cúpula Ibero-Americana, no final da qual iniciará uma viagem oficial à Ucrânia e à Alemanha, informaram fontes oficiais.

Após sua participação na segunda-feira e na terça-feira na Cúpula de Estoril, Lula viajará para Kiev, na Ucrânia, onde permanecerá até quarta-feira, e terá compromissos na quinta-feira e na sexta-feira nas cidades alemãs de Berlim e Hamburgo.

Esta é a quarta viagem do chefe de Estado do Brasil à Europa nos últimos dois meses, anteriormente esteve na França, Itália, Inglaterra, Bélgica, Suécia e Dinamarca.

O governante brasileiro deve chegar a Lisboa na noite deste domingo e na segunda-feira estará presente na cerimônia de abertura da Cúpula Ibero-Americana e comparecerá a um almoço oferecido pelo primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, e a um jantar oferecido pelo presidente luso, Aníbal Cavaco Silva.

Segunda-feira também participará de uma reunião reservada de trabalho que terão os chefes de Estado e do Governo dos países ibero-americanos em Estoril para analisar "respostas à crise econômica e financeira".

Na terça-feira, Lula vai participar da sessão plenária da Cúpula Ibero-Americana para discutir inovação e conhecimento, ferramentas que o Brasil considera essenciais para melhorar a competitividade da região.

"A inovação é uma condição básica para que sejamos mais competitivos. Precisamos ter na região ibero-americana uma decisão dos Governos de colocar mais dinheiro para financiar a inovação nas empresas" e, desta forma, "ser competitivos no mundo globalizado", disse Lula em entrevista à Agência Efe na quinta-feira passada.

Na mesma entrevista, o presidente brasileiro afirmou que seu Governo tem muito interesse em "mostrar aos pequenos e médios empresários que a alta competitividade que necessitam para sua inserção no mercado global exige inovação".

Além disso, os governantes também abordarão em Estoril assuntos de interesse regional, como a situação em Honduras, e a global, como a mudança climática, as perspectivas para a Cúpula de Copenhague e a crise econômica.

Após sua participação na Cúpula Ibero-Americana, Lula viajará na primeira hora da tarde de terça-feira a Kiev, onde terá encontros com diferentes autoridades da Ucrânia, país com o qual o Brasil tem acordo estratégico para o lançamento de foguetes espaciais.

Depois de sua visita à Ucrânia, Lula se reunirá na quinta-feira em Berlim com o presidente alemão, Horst Kohler, e com a chanceler alemã, Angela Merkel, assim como com os presidentes das principais empresas alemãs.

Na sexta-feira, o governante brasileiro participará em Hamburgo de um seminário com mais de 500 empresários alemães.

Conforme versões de imprensa ainda não confirmadas, Lula viajará os 290 quilômetros entre Berlim e Hamburgo em um trem de alta velocidade, para conhecer o serviço oferecido por uma das empresas interessadas em construir o mesmo sistema de transporte entre o Rio de Janeiro e São Paulo.

Na licitação para construir o trem de alta velocidade entre as duas maiores cidades brasileiras também estão interessadas empresas da Espanha, França, Coreia e Japão.

sábado, 28 de novembro de 2009

sábado, 21 de novembro de 2009

Ibero-América

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Países da Ibero-América
Mapa da Ibero-América
Membros

Europa

América

Observadores e Novos Associados

Ásia e Oceania

África

América

Estados e Governos Não Membros

A Ibero-América é uma região geográfica que compreende os dois países da Península Ibérica (Portugal e Espanha) e os da América Latina hispanófona e lusófona por afinidade histórica, cultural e linguística.

O termo Ibero-América é formado a partir das palavras Ibéria e América e utiliza-se para designar o grupo de países formado por Espanha, Portugal e as nações americanas independentes que foram antigas colónias destes países. O gentílico é ibero-americano ou ibero-americana.

As nações ibero-americanas integram a Comunidade Ibero-Americana de Nações que anualmente realiza uma Conferência Ibero-Americana em que comparecem os chefes de estado e de governo dos países ibero-americanos. Na mesma integrou-se Andorra e existe o projecto de incorporar outras nações africanas e asiáticas que foram colónias portuguesas ou espanholas.

Não deve confundir-se este termo com os conceitos de América latina e Hispano-América, devido a estes termos serem exclusivamente referidos a países americanos, excluindo os países ibéricos.

[editar] Geografia

Apesar de um pequeno território do sul de França e a colónia britânica de Gibraltar estarem geograficamente na Península Ibérica, nem França nem Gibraltar fazem parte da Ibero-América. A quase totalidade do estado francês está fora da península, exceptuando a comarca da Alta Sardanha e além disso, este país faz parte do mundo francófono com as suas antigas colónias na América: Haiti e Canadá (Quebec e Acádia), e na África, Ásia e Oceania.

quarta-feira, 18 de março de 2009

G20 avalia modelo espanhol contra calote

Regulamentação mais rigorosa, maior transparência e uma firme fiscalização são tópicos que estarão no centro das questões a serem discutidas pelo G20 (grupo dos países mais ricos e de alguns emergentes, entre eles o Brasil) no dia 2 de abril, em Londres. O G20 iniciou debates em novembro a fim de encontrar soluções para a crise e o que se espera é que na próxima reunião já defina algumas orientações.

Fontes do mercado financeiro brasileiro informam que uma das diretrizes que poderá recomendar é a utilização do sistema espanhol de provisões anticíclicas contra crédito de liquidação duvidosa que, inclusive, já estaria em teste informal no setor bancário do País, em atenção a um pedido, também informal, do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles.

O modelo tem sido elogiado pelos grupos de discussão do G20 e um dos seus maiores entusiastas é o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown. Ele consiste em elevar as reservas contra o calote em momentos de aquecimento da demanda por crédito, assumindo que no futuro o crescimento se reverterá e um cenário mais adverso que poderá gerar maiores perdas com inadimplência, diz Luis Miguel Santacreu, economista da Austin Rating.

Na prática, toda vez que as contratações de financiamentos ultrapassam uma determinada média - o que implica mais riscos futuros - o BC espanhol aciona o modelo, o que reduz o apetite dos bancos por aumentar ativos de crédito e protege o sistema dos ciclos econômicos.

Segundo as fontes, Meirelles estaria convencido de que o modelo tem enorme chance de virar referência para o sistema financeiro mundial. Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban, diz que a informação de uma eventual orientação de Meirelles não chegou à entidade e que o aumento das provisões dos bancos brasileiros no último trimestre do ano passado foi uma estratégia preventiva. (págs. 1 e B1)