sábado, 18 de fevereiro de 2012


Colômbia redesenha plano de guerra contra guerrilhas

A Colômbia redesenhou sua estratégia de guerra contra a guerrilha esquerdista, incluindo as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), para priorizar o combate frontal a suas estruturas militares e econômicas sem descuidar da captura ou morte de seus líderes máximos, disseram fontes de segurança vinculadas ao plano. A nova estratégia inclui ao menos 20 aspectos em temas militares, logísticos, de inteligência e jurídicos com o objetivo específico de desarticular as frentes encarregadas das ações ofensivas das Farc.

Antes, a prioridade era fundamentalmente a morte ou captura dos líderes, mas agora se põe num mesmo nível a desarticulação das estruturas que sustentam o grupo, assim como dos comandantes médios, que antes não eram considerados vitais.
"O centro de gravidade estratégico das Farc não são seus líderes máximos, são suas estruturas e as chefias intermediárias", disse um oficial do Exército que participou da chamada Comissão de Revisão Estratégica Integral (Crei), ao justificar a importância de combater as finanças e as estruturas bélicas do grupo rebelde ativo mais antigo da América Latina.
De acordo com várias fontes militares consultadas, a estratégia, financiada majoritariamente com verba colombiana, combaterá a origem do sustento econômico desses grupos, como o narcotráfico, a extorsão, o roubo de gado e a mineração ilegal, de onde a guerrilha obtém os recursos milionários para manter um exército de 8 mil combatentes.
"Morreu Mono Jojoy e não aconteceu nada, as Farc seguiram; morreu Cano e também não aconteceu nada", disse o mesmo oficial referindo-se às mortes de Víctor Julio Suárez e Alfonso Cano, os dois mais importantes e emblemáticos comandantes dessa guerrilha, em operações militares em 2010 e 2011.
A estratégia conseguiu na terça-feira sua primeira vitória, quando a Força de Tara Omega, que conta com 25 mil combatentes, acabou com a vida de Guillermo Bolívar Córdoba, conhecido como Dumar, comandante de uma frente rebelde que operava no departamento de Meta, durante um enfrentamento.
Reuters
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domingo, 5 de fevereiro de 2012


Insatisfação com o México mostra o que Brasil pensa sobre globalização, diz FT


Segundo o jornal britânico Financial Times, a possível interrupção do acordo feita pelo governo brasileiro é um "choque" contra montadoras exportadoras no México

Pedro Zambarda
A atitude de cada um dos dois países mostra um pouco de suas ideias diferentes de gloablização e de comércio mundial, diz FT
A atitude de cada um dos dois países mostra um pouco de suas ideias diferentes de gloablização e de comércio mundial, diz FT (Vanderlei Almeida/AFP)
Logotipo Exame.com A possível interrupção do acordo automotivo feito há dez anos entre o Brasil e o México representa um "choque enorme" para os exportadores mexicanos, afirma nesta sexta-feira o blog beyondbrics jornal Financial Times. De acordo com o texto de Adam Thomson, a atitude de cada um dos dois países mostra um pouco de suas ideias diferentes de globalização e de comércio mundial.

Segundo o FT, o México é uma "economia muito aberta". O Brasil, ao contrário, não hesitou em aumentar a tarifa sobre veículos do exterior em 30 pontos, para o atual patamar 35%, tentando proteger sua própria indústria. Por essas diferenças, o Financial Times afirma que o México não vai encarar a mudança com "ânimo leve".
De acordo um funcionário do Ministério da Economia mexicano citado na reportagem, se a medida tomada pelo governo brasileiro for para frente, ela é "muito preocupante". A atitude do Brasil ocorre porque as importações de carros mexicanos geraram um déficit comercial no setor de mais de 1,6 bilhão de dólares.

No entanto, de acordo com o FT, o México não fez nada para defender sua economia quando tinha um déficit no começo do acordo. Diferente dessa atitude, o país teve investimentos multibilionários de montadoras após a crise de 2009, o que transformou o mercado mexicano em um dos mais eficientes do mundo, diz o jornal.

Por isso, para o FT, "não há dúvidas" de que as exportações mexicanas se tornaram mais competitivas para o Brasil desde o ressurgimento da economia do país depois da crise mundial. Montadoras no México como Nissan, Ford, Fiat e Volkswagen exportam para todo o mercado brasileiro. Essas empresas seriam as maiores lesadas com um fim do acordo entre os países.