Em primeiro lugar, em continuidade com a política do governo FHC, o Brasil teria aprovado a ALCA – a Área de Livre Comércio para as Américas. O Brasil estaria submetido ao livre comércio, ao contrário dos processos de integração regional. O Mercosul teria terminado, não existiriam o Banco do Sul, a Unasul, o Conselho Sulamericano de Defesa.
As conseqüências atuais podem ser constatadas na forma como um país que assinou um Tratado de Livre Comércio com os EUA e o Canadá, como o México, e outro, de tamanho proporcional, como o Brasil, que teve papel destacado na inviabilização da ALCA e optou pelos processos de integração regional. O presidente do México, Felipe Calderón, tinha convidado a Lula para que os dois países fossem juntos ao FMI. Lula respondeu que nosso país não precisa mais disso e, ao contrário, terminou fazendo empréstimos ao FMI.
Ao assinar um TLC com os EUA, o México passou a ter mais de 90% do seu comércio exterior com esse país – nem sequer tem importância o comércio com o Canadá. O país não teve efeitos positivos, ao contrário, retrocedeu, sob os efeitos da livre circulação dos capitais norteamericanos no país. Pioraram os índices sociais, aumentou a imigração para os EUA.
Mas o pior viria depois, com a crise: pode-se imaginar o tamanho da recessão em que se envolveu o México – menos 7% do PIB, menos 16% da produção industrial neste ano – e os seus efeitos prolongados sobre uma economia que se tornou absolutamente dependente do vizinho do norte – onde se originou a crise e onde ela se revela de forma mais acentuada e prolongada.
Enquanto isso, o Brasil, assim como os países que privilegiaram a integração regional, saiu rapidamente da crise e voltou a crescer, além de, pela primeira vez, impedir que os pobres pagassem o preço da crise, ao manter as políticas sociais, seguir elevando o poder aquisitivo dos salários e os empregos formais.
Além disso, se diversificou o comércio internacional do Brasil – a China é o nosso primeiro parceiro comercial, não mais os EUA -, fazendo com que, pela primeira vez, se supere uma crise internacional sem depender da recuperação da economia norteamericana, da européia ou da japonesa, que seguem em recessão. Se intensificou também muito o comércio interrregional, entre o Brasil, a Argentina, a Venezuela, a Bolívia e os outros países dos processos de integração regional.
O terceiro eixo que favoreceu a recuperação da crise é a expansão do mercado interno de consumo popular, que não deixou se crescer durante a crise.
Nenhum desses três fatores – diversificação do comércio internacional, intensificação do comercio regional e expansão do mercado interno – estaria presente se os tucanos – FHC, Serra, Alckmin – continuassem governando. O quadro mexicano é a cara triste e angustiante que teria o Brasil, se os tucanos estivessem governando o país.
Esse é o tema que estará em jogo nas eleições do ano próximo. Por isso Aecio Neves diz que “será um candidato pós-Lula e não anti-Lula”, que “não nos convêm (aos tucanos) comparar números e Serra pretende ter um perfil próprio, querendo desvincular-se do governo de que foi ministro durante oito anos. Mas o caráter plebiscitário das eleições é inevitável, um plebiscito entre dois Brasis, o de FHC e Serra contra o de Lula e de Dilma.
Postado por Emir Sader às 13:16
domingo, 6 de dezembro de 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Países da Alba não reconhecem eleições "ilegais" em Honduras
Estoril (Portugal), 1 dez (EFE).- Os países-membros da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) afirmaram hoje, em uma nota divulgada no balneário português de Estoril, que não reconhecem as eleições "ilegais e ilegítimas" de domingo em Honduras.
Além disso, advertem à comunidade internacional que reconhecer este pleito "representa um nefasto precedente que colocaria em risco a estabilidade e a existência das democracias" na região, acrescenta o comunicado divulgado pela delegação venezuelana na 19ª Cúpula Ibero-Americana.
Os países da Alba apoiam os esforços do Governo do presidente deposto Manuel Zelaya diante das instâncias jurisdicionais internacionais para levar "à justiça os autores intelectuais e materiais do golpe de Estado e os responsáveis pelas violações aos direitos humanos e às perseguições políticas em Honduras".
Apóiam também a solicitação apresentada diante da ONU para a "formação de um Tribunal Internacional para julgar esse tipo de crimes".
Além disso, reiteram o conteúdo da "Declaração Especial sobre Honduras" realizada em Cochabamba, em 19 de outubro.
O bloco da Alba é formado pelo Equador, Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Honduras, Dominica, São Vicente e Granadinas, e Antígua e Barbuda.
Fontes venezuelanas disseram hoje à Agência Efe que os chanceleres da Alba realizaram ontem à noite uma reunião em Estoril, onde estão reunidos desde o domingo os chefes de Estado de Ibero-Americana, e à qual não participam vários líderes do bloco.
Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales, Nicarágua, Daniel Ortega e Cuba, Raúl Castro, não foram à cúpula.
O equatoriano, Rafael Correa, que foi o primeiro a chegar à reunião foi também o primeiro a ir embora.
Os países ibero-americanos tentam na cúpula de Estoril chegar a um consenso das posições sobre o reconhecimento das eleições em Honduras, objetivo difícil de alcançar, segundo diversas fontes consultas.
Além disso, advertem à comunidade internacional que reconhecer este pleito "representa um nefasto precedente que colocaria em risco a estabilidade e a existência das democracias" na região, acrescenta o comunicado divulgado pela delegação venezuelana na 19ª Cúpula Ibero-Americana.
Os países da Alba apoiam os esforços do Governo do presidente deposto Manuel Zelaya diante das instâncias jurisdicionais internacionais para levar "à justiça os autores intelectuais e materiais do golpe de Estado e os responsáveis pelas violações aos direitos humanos e às perseguições políticas em Honduras".
Apóiam também a solicitação apresentada diante da ONU para a "formação de um Tribunal Internacional para julgar esse tipo de crimes".
Além disso, reiteram o conteúdo da "Declaração Especial sobre Honduras" realizada em Cochabamba, em 19 de outubro.
O bloco da Alba é formado pelo Equador, Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Honduras, Dominica, São Vicente e Granadinas, e Antígua e Barbuda.
Fontes venezuelanas disseram hoje à Agência Efe que os chanceleres da Alba realizaram ontem à noite uma reunião em Estoril, onde estão reunidos desde o domingo os chefes de Estado de Ibero-Americana, e à qual não participam vários líderes do bloco.
Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales, Nicarágua, Daniel Ortega e Cuba, Raúl Castro, não foram à cúpula.
O equatoriano, Rafael Correa, que foi o primeiro a chegar à reunião foi também o primeiro a ir embora.
Os países ibero-americanos tentam na cúpula de Estoril chegar a um consenso das posições sobre o reconhecimento das eleições em Honduras, objetivo difícil de alcançar, segundo diversas fontes consultas.
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